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Estou grávida, posso fazer Pilates?

A gravidez é um acontecimento extremamente marcante na vida de uma mulher, que
provoca, num curto período de tempo, grandes alterações quer a nível físico como
psicológico. As alterações físicas inerentes à gravidez podem causar grandes
desconfortos para a futura mãe, desde inchaço nos membros inferiores; varizes e
derrames vasculares; dores nas costas, nomeadamente coluna lombar; dores na bacia
e/ou ancas; dormência nos membros superiores; dores na cervical e ombros; cãibras;
obstipação; necessidade de ir mais vezes à casa de banho fazer xixi; perdas de urina;
refluxo gástrico e azia; e ainda aumento de apetite e ganho de peso.
Mas sabia que há um método de treino que permite minimizar a maioria destes
desconfortos, tornando a sua gravidez mais agradável? É o Método Pilates, criado por
Joseph Pilates, que permite fortalecer e alongar todos os músculos do corpo, sem
sobrecarga articular e impacto, combinando movimentos fluidos e controlados com a
respiração e alinhamento postural.
Todos estes componentes (alinhamento, respiração, concentração, movimentos
fluidos e controlados) têm que estar obrigatoriamente presentes em todos os
exercícios, pois são estes que conferem a eficácia/benefício deste método.
Diversos estudos demonstram o benefício da prática de Pilates ao longo dos três
trimestres da gravidez, destacando alguns como:
Manutenção de uma boa postura e uma maior consciência corporal/coordenação. Ao
longo da gravidez, o crescimento do bebé promove um deslocamento do centro de
gravidade, o que leva a alterações posturais na tentativa de encontrar um novo ponto
de equilíbrio. A coluna é projetada para a frente, o que pode causar dores lombares.
A prática de Pilates permite à gestante adquirir uma maior consciencialização corporal,
capacitando-a para alterar/corrigir a sua postura ao longo da gravidez, minimizando
assim as queixas dolorosas na coluna lombar.
Otimização de padrões respiratórios: com o decorrer da gravidez, a gestante vai se
sentindo mais cansada, pois o principal musculo respiratório (diafragma) está a ser
empurrado para cima. O crescimento do bebé vai empurrando o diafragma e este não
consegue trabalhar na sua plenitude, assim, a gestante cansa-se mais facilmente e tem
dificuldade em realizar respirações profundas.
Fortalecimento da musculatura profunda do abdómen. O transverso do abdómen é o
músculo mais profundo que funciona como uma cinta. Na gravidez, este músculo vai-
se distendendo e perdendo a sua capacidade de contração, o que provoca
desequilíbrios posturais e dores lombares.
Fortalecimento do períneo (músculos pélvicos) O peso do bebé, ao longo das 40
semanas sobre o períneo, faz com que estes músculos percam força e a sua eficácia.
Um períneo forte irá facilitar o momento do parto, pois a capacidade de relaxar e
dilatar os músculos é preservada, permitindo ainda reduzir a incidência da
incontinência urinária no pós-parto.
Pelo facto de ser um treino dinâmico, com movimentos fluidos, estimula uma boa
circulação sanguínea, contrariando o aparecimento de varizes, derrames vasculares,
cãibras e ainda o inchaço das pernas.
A sua prática regular permite também controlar o aumento de peso materno, e evitar
complicações como a diabetes gestacional e a Pré eclampsia (Hipertensão arterial). É
importante referir o relaxamento e diminuição de ansiedade inerentes ao Pilates,
promovendo assim o bem-estar físico e psicológico tão importantes nesta fase da
mulher.
Tenha em atenção que deve procurar um profissional que saiba adaptar os exercícios a
cada fase da gravidez. E em caso de gravidez de risco procure aconselhamento junto
do seu médico.